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Investigação aponta defasagem de servidores, irregularidades no pagamento de benefícios e rombo de R$ 1,1 bi

Uma investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou graves problemas na gestão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), destacando a drástica redução de servidores desde 2010 e uma projeção de prejuízo de cerca de R$ 1,1 bilhão por ano devido ao pagamento irregular de benefícios previdenciários.

A análise, realizada a partir dos sistemas de Monitoramento Operacional de Benefícios (MOB) e Gerenciador de Tarefas (GET), ambos do INSS, revelou que o tempo médio para apurar irregularidades ultrapassou três anos em 2022, muito além dos prazos estipulados pelo TCU, que variam de 180 a 360 dias. Em 2022, o montante de recursos investigados somou R$ 28,4 bilhões, correspondendo a 1,7 milhão de benefícios com indícios de irregularidades.

A queda no número de servidores do INSS é uma das causas apontadas para essa demora. Em 2022, o instituto contava com 18.243 servidores, apenas 56% do total que possuía em 2010, quando tinha 32.543 funcionários. Além disso, 17% dos servidores em 2022 já haviam cumprido os requisitos para aposentadoria, mas continuavam na ativa recebendo abono permanência.

Diante da situação, o TCU recomendou ao INSS medidas para aumentar sua capacidade operacional, incluindo a adoção de ferramentas de inteligência artificial para automatizar processos e melhorar a eficiência na apuração de irregularidades. Um concurso público em andamento prevê a contratação de mil novos servidores e formação de cadastro reserva com até 2.373 aprovados, o que, mesmo assim, não seria suficiente para atingir o nível de 2010.

Em resposta às projeções de rombo anual de R$ 1,1 bilhão, o INSS informou, por meio de nota, que esse valor se refere a estimativas e não a montantes já pagos indevidamente.

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