No ano em que o Ilê Aiyê comemora 50 anos de fundação, o time de jornalismo da TV Bahia ouviu quase 60 pessoas – entre anônimos e famosos – para buscar nos seus arquivos e baús de memórias os melhores relatos, além de registros inéditos sobre o Mais Belo dos Belos e a sua trajetória consolidada a partir de muita resistência e luta, especialmente contra o racismo. Dividido em cinco capítulos, o documentário ‘Ilê Aiyê: a casa do mundo’ será exibido nas Bibliotecas Públicas do Estado da Bahia, numa parceria com a Fundação Pedro Calmon, unidade vinculada à Secretaria de Cultura (SecultBa). A ação faz parte da programação do Novembro Negro da FPC, com o tema ‘Raízes de Resistência’.
No dia 27/11, a partir das 16h, além da exibição de ‘Ilê Aiyê: a casa do mundo’, com a presença dos jornalistas Ricardo Ishmael e Alexandre Lyrio, coordenadores do documentário, a Biblioteca Virtual Consuelo Pondé em parceria com a Biblioteca Central do Estado da Bahia, promove a abertura da exposição: Ilê Aiyê: 50 anos de Resistência Cultural e Ação Educacional e o 1º Ciclo de Palestras – Ecoando a Resistência: 190 Anos da Revolta dos Malês – Legados e Lutas Contemporâneas.
Na mesma data acontece a mesa ‘Herança de Luta: Identidade e Resistência dos Blocos Afro na Bahia’, que contará com Cláudio Souza Araújo, presidente do Malê Debalê, e Antônio dos Santos Vovô, presidente do Ilê Aiyê, trazendo reflexões sobre identidade, pertencimento e resistência, celebrando a história desses blocos que resistem pela preservação da cultura negra no Brasil. A mesa será mediada por Camilla França, jornalista e Mestre em Cultura e Sociedade pela UFBA.
Para o diretor-geral da Fundação Pedro Calmon, Vladimir Pinheiro: “É uma enorme alegria, dentro da celebração dos 50 anos do Ilê Aiyê, um dos maiores blocos afros do mundo, nós estarmos com mais uma parceria com a Rede Bahia, dessa vez, apresentando ‘Ilê Aiyê: a casa do mundo’ para a sociedade baiana, mas principalmente com os nossos estudantes e nossas juventudes, trazendo esse legado de luta, resistência e símbolo que o Ilê Aiyê traz para a formação da sociedade e do povo baiano”, enfatizou.
As outras unidades da Fundação Pedro Calmon também receberão a exibição do documentário. Confira a programação:
Biblioteca Anísio Teixeira, 13/11, às 09h30
Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, 21/11, às 09h30
Biblioteca Juracy Magalhães Júnior – Itaparica, 22/11, às 14h
Biblioteca Juracy Magalhães Júnior – Rio Vermelho, 26/11, às 14h
Biblioteca Central do Estado da Bahia, 27/11, às 16h
Sobre o documentário “Ilê Aiyê: a casa do mundo”
O documentário tem trechos que contam com as narrações dos atores Lázaro Ramos e Taís Araújo. De Vovô do Ilê a Gilberto Gil, do Mestre Marí a Caetano Veloso, de Mãe Hildelice a Daniela Mercury, de Lazzo Matumbi a Carlinhos Brown, dezenas de depoimentos tentam explicar como os tambores do Ilê se tornaram imprescindíveis para a formação de jovens da comunidade, mas também para influenciar diretamente o surgimento do samba- reggae e até da axé music.
“Ilê Aiyê: a casa do mundo” tem coordenação e roteiro de Alexandre Lyrio; coordenação, reportagem e produção de Ricardo Ishmael; edição e pesquisa de Sheliane Silva e edição de imagens de Gabriel Paz. “Que honra para nós realizar um documentário que mostra a grande revolução que o Ilê se tornou. Uma revolução musical, rítmica e político social. O Ilê é a casa do mundo porque é ali que nascem os talentos que levaram seus tambores para todas as partes do planeta. O Carnaval não seria o mesmo se não fosse o Ilê, a axé music não existiria. O Ilê é a referência desse novo mundo que surgiu dele e bebe de sua fonte há 50 anos”, afirma o jornalista Alexandre Lyrio.
*Com informações da TV Bahia