Anuncio

Publicidade

Advogada baiana conquista maior condenação por racismo no Brasil

A advogada baiana Juliana Souza, de 33 anos, venceu o caso de condenação movido por Bruno Gagliasso e sua esposa, Giovanna Ewbank, contra Day McCarthy, que em 2017 cometeu injúria racial e racismo contra a filha do casal, Chissomo, conhecida como Titi.

Day McCarthy foi condenada a quase 9 anos de prisão em regime fechado, marcando a maior condenação por racismo e injúria racial no país.

Em suas redes sociais, a advogada comemorou a decisão com uma foto ao lado de Bruno Gagliasso. “Após anos de trabalho incansável, dedicação e estudo, hoje tive a honra de ver a justiça prevalecer. A condenação de 8 anos e 9 meses, inicialmente em regime fechado, no caso Gagliasso x Day McCarthy não é apenas uma vitória para a família Gagliasso — é uma vitória para todos nós. É a prova de que o racismo não compensa e que podemos, sim, mudar o curso da história”, escreveu Juliana.

“Como advogada, e principalmente como uma mulher negra, que já foi uma criança preta, essa decisão carrega um simbolismo profundo. Ela me lembra que nossa luta é legítima e que cada passo que damos é crucial para garantir que nenhuma criança tenha que passar pelo que a Titi passou, ou pelo que eu passei. Hoje, durmo um pouco mais tranquila. Mas amanhã, acordarei novamente com a mesma missão: fazer justiça. Essa vitória não é apenas minha, é de todas as advogadas e advogados pretos que estão na linha de frente, enfrentando desafios imensos, mas que seguem firmes, porque sabem que nossa luta é maior”, completou.

O advogado de Day McCarthy, Gil Ortozal, afirmou que sua cliente ficou surpresa com a severidade da pena e que pretende recorrer. “Assim que tivemos acesso ao teor da sentença, comunicamos à cliente, que ficou perplexa com a pena alta e o regime fechado. Neste momento, ela nos pediu para retomar a defesa, dado o caráter complexo do caso e nosso conhecimento dos pormenores técnicos. Faremos isso, destacando que a cliente reconhece seu erro, reitera o pedido de perdão à vítima e à família, e acredita que o recurso é necessário devido a excessos na dosimetria e na condenação geral”, explicou.

Publicidade